A cirurgia anti-refluxo está indicada na falha do tratamento medicamentoso e quando aparecem as complicações da doença. A endoscopia é muito importante para essa avaliação, pois permite ao médico olhar o esôfago e o estômago por dentro e fazer biópsias. Outros exames como a pHmetria e manometria podem ser necessários para avaliar a quantidade do refluxo e a capacidade de funcionamento da válvula (esfíncter) do esôfago.
A doença do refluxo gastroesofagiano refratária aos medicamentos tende a evoluir para esofagite podendo provocar alterações do revestimento interno do esôfago, como ulcerações, metaplasia e displasias (Doença de Barrett), que em alguns casos pode evoluir para câncer. A cirurgia tem como objetivo controlar os sintomas, acabar com a agressão ao esôfago e interromper a evolução da doença.
Com uso de moderna tecnologia, a operação é realizada hoje por um método chamado laparoscopia, onde são feitos pequenos orifícios na parede abdominal, não necessitando grandes cortes. Com isto, a dor é mínima, com internação de um dia e o retorno ao trabalho pode ocorrer dentro de uma semana.
A cirurgia procura construir uma nova válvula usando o próprio estômago. Quando há hérnia de hiato, ela é reduzida e o fundo do estômago é posicionado ao redor do esôfago inferior de modo a criar uma “nova válvula” que aumenta a pressão neste local impedindo o refluxo.
Apendicite aguda é a inflamação do apêndice cecal devido proliferação de bactérias no seu interior causando no paciente um quadro de infecção. O apêndice é uma estrutura tubular de fundo cego, de mais ou menos seis centímetros, que se localiza na porção inicial do intestino grosso (ceco). Quando ocorre sua obstrução, acontece a crise de apendicite aguda.
Com os avanços da tecnologia, a apendicite pode ser tratada com este moderno método sem a necessidade de uma grande incisão na parede abdominal. Esta cirurgia, também chamada de minimamente invasiva, consiste na utilização de instrumentos e uma câmara que envia imagens para um monitor de vídeo.
Quando comparamos resultados da apendicectomia por vídeo-laparoscopia com a operação aberta, a primeira acarreta menos dor pós-operatória, curta permanência hospitalar (normalmente um a dois dias), retorno mais rápido ao trabalho e melhor resultado estético das incisões na pele. Cabe ao médico indicar o método mais adequado para cada paciente.
As hérnias são defeitos anatômicos em nosso corpo causando dor e desconforto, com sérias complicações caso não sejam diagnosticas e tratadas. São mais freqüentes no abdômen, mas também ocorrem em outros locais. São causas comuns de dor na região da virilha.
A correção cirúrgica das hérnias é uma das operações mais realizadas em um hospital. Muitas dessas operações podem ser feitas com anestesia local e sedação, proporcionando uma rápida recuperação pós-operatória, permitindo ao paciente receber alta no mesmo dia da internação. As hérnias mais freqüentes são as localizadas na virilha e no umbigo. Outras aparecem em locais já operados, as chamadas hérnias incisionais.
Em se tratando de uma hérnia inguinal, a única forma é por meio de cirurgia. Esta operação é muito simples, desde que o paciente não apresente outras doenças que não tratadas podem contra indicar o procedimento. O procedimento é realizado através de um pequeno corte sob anestesia local ou peridural. A hérnia é empurrada para dentro do abdômen (barriga) e a abertura (buraco ou fraqueza) da parede abdominal é fechada com uma tela bastante resistente.
Outro método de correção da hérnia inguinal é através de vídeo laparoscopia. É considerada uma técnica minimamente invasiva que tem a grande vantagem de ocasionar pouca dor no pós-operatório, ausência de incisões convencionais e um retorno mais rápido as atividades laborais.
Hérnia umbilical é uma protuberância anormal que pode ser vista ou sentida na região do umbigo. Esse tipo de hérnia se desenvolve quando uma porção do revestimento do abdômen, de parte do intestino e/ou fluido do abdômen se acumula através do músculo da parede abdominal.
O anel umbulical é formado por músculos e outros tecidos no local em que o cordão umbilical se liga ao corpo do feto. Este anel geralmente se fecha antes de o bebê nascer. Se os músculos não se unem completamente na linha média do abdômen, essa fraqueza na parede abdominal pode provocar uma hérnia umbilical ao nascimento ou mais tarde na vida.
Não se sabe ao certo porque a hérnia umbilical se forma sem crianças. Em adultos, muita pressão abdominal pode causar uma hérnia umbilical. As possíveis causas em adultos incluem:
• Obesidade
• Gestações múltiplas
• Líquido na cavidade abdominal (ascite)
• Cirurgia abdominal anterior.
A hérnia incisional é o abaulamento, acompanhado ou não de dor, que ocorre na região de uma incisão(cicatriz) de cirurgia anterior.
A hérnia incisional é causada por uma fraqueza da parede abdominal (musculatura) no local de uma cirurgia prévia. Está relacionada à fatores que aumentam a pressão abdominal como: sobrepeso e obesidade; tabagismo e tosse crônica; e esforço físico intenso e repetido.
O principal sintoma da hérnia incisional é o abaulamento na região da cicatriz. Esse abaulamento que aparece na região é o conteúdo abdominal se exteriorizando pelo buraco na parede abdominal(anel herniário). Podem fazer parte do conteúdo herniário gordura intra-abdominal e alças intestinais.
Em hérnias menores o sintoma pode ser somente dor ou desconforto geralmente relacionados com esforço físico.
A colecistectomia é um dos procedimentos cirúgicos mais comumente realizados na cirurgia do aparelho digestório, normalmente devido à litíase (pedra) de vesícula biliar. Seu emprego teve um grande impulso e aumento da aceitabilidade com o surgimento da via vídeo-laparoscópica de cirurgia.
A retirada cirúrgica da vesícula biliar (colecistectomia), tem sua indicação principalmente em três doenças:
1. Litíase (pedra) da vesícula biliar;
2. Pólipos de vesícula biliar;
3. Tumores da vesícula biliar.
A vesícula têm a forma semelhante a uma pêra, ficando localizada logo abaixo do fígado, na região superior e à direita do abdome. O procedimento cirúrgico consiste, basicamente, na ligadura da artéria que nutre a vesícula biliar com sangue (artéria cística) e do ducto que esvazia a bile da vesícula biliar (ducto cístico), seguido do descolamento da vesícula biliar do fígado.